Thursday, September 22, 2011
MÁS DE ARTE ACTUAL/BAÚL DE MAGO
Roberto Burgos Cantor
Después de pensar en el eje que escogieron los curadores del Encuentro de Medellín, Enseñar y Aprender, quizá valga mirar algunas obras con las que los artistas respondieron a la invitación.
Una tela de 10 metros de largo cae sobre la fachada del Museo de Antioquia. Una xilografía que reproduce los rostros de Raúl Reyes, Álvaro Uribe, Piedad Córdoba, María Cano. Es del artista alemán Thomas Kilpper.
Aquí se da una característica de las expresiones contemporáneas. La concepción y su producción se hacen en el lugar dónde se va a exhibir y por lo regular se vincula de manera desesperada con elementos de la vida pública del país o la ciudad anfitriones.
Kilpper ha ocupado por varios días el foso de la orquesta del teatro Pablo Tobón Uribe. Allí ha recibido a personas que le cuentan su drama: hambre, desplazamiento, amenazas, desocupación, enfermedad. De ese coro de desdichas, de males injustos, es de suponer que surge la inspiración inducida, el destello que a veces entrega con mezquindad una intuición artística, una revelación que agrega misterio, opone belleza revulsiva a la chatura del mundo.
Pero el artista ha sucumbido a la realidad. Asediado por los relatos, denuncias, impotentes alegatos, su condición de artista se trocó por la de juez, inspector, historiador, ¡vaya a saber! Está preso de las apariencias de lo real, de sus manifestaciones engañosas. Y no logra romperlas.
De ese censo de víctimas, de ese agrimensor de desgracias, surge la tela de 10 metros. Va acompañada de otra característica frecuente de estas expresiones artísticas. Siempre se les adosa una interpretación de autor. Kilpper se pregunta que cómo se puede superar el estado de negligencia. No se ocupa de describirlo. La verdad es que es ingenuo pensar que después de haber sufrido a los Escobar, a Berna, la infamia de Gaviria y Echeverry, la tensión por torpedear a un alcalde de las calidades de Alonso Salazar quien ha resistido las intolerancias colombianas y ha salido airoso, el asesinato de jueces probos, de un Procurador inocente, la censura de excelentes columnistas, pueda haber negligencia ¿qué más?
La ingenuidad no tiene fondo. El artista alemán continúa su prédica de parroquia. Su obra, dice, da voz a los excluidos. ¿A los excluidos de qué?
Hay que ponerse en el lugar de un paseante por la Medellín transformada. Sin la librería Aguirre ni el café del hotel Nutibara. Con el rodaje poderosos de su metro. Sus bibliotecas de ensueño. ¿Qué ve en la xilografía?
Se puede jugar: Cano, Córdoba, Uribe, son antioqueños. Reyes, creo, es santandereano. Hay dos mujeres y dos varones. Las mujeres son convencidas de la palabra, del diálogo, del discurrir razonado. Ambas creen en los encabronamientos del amor. Los varones son rústicos, abruptos, simplones, están convencidos de la fuerza de la piedra.
Cuando Santiago Mutis arme su caja de vidrio en Alexanderplatz , Berlín, pondrá a Hitler, un SS, Lilí Marlen, Benjamin, Hölderlin, Ratzinger y una rubia de la banda revolucionaria.
De Colombia
Imagen: Thomas Kilpper en el Encuentro de Medellín, 2011
Saturday, September 17, 2011
ANTONIO CALLADO (1917-1997)
VIDA: Antonio Carlos Callado nasceu em Niterói, sendo filho de uma família de alta classe média. Seu pai, que era médico, sofria de tuberculose pulmonar e mudou-se com a família para Petrópolis, em busca de um clima mais saudável, mas veio a falecer em 1928, fato que obrigou Callado a trabalhar desde cedo como jornalista. Mesmo assim, o futuro romancista continuou seus estudos, formando-se em Direito alguns anos depois. Sua carreira profissional, no entanto, deu-se na imprensa: passou de repórter a redator-chefe do extinto Correio da Manhã. Em 1941 foi para Londres e lá exerceu a função de correspondente de guerra da BBC, emissora na qual permaneceu por vários anos. Em 1947, retornou ao Brasil e à redação do Correio da Manhã. Viajou por muitos lugares, entre os quais o Nordeste, o Xingu, Cuba, o Vietnã, sempre produzindo reportagens de grande repercussão. Contudo, seus primeiros romances, publicados na década de 1950, não tiveram o mesmo êxito. O sucesso literário veio apenas com Quarup, que se constituiu num acontecimento político, quando de seu lançamento, em 1967. Apesar de seus hábitos quase aristocráticos e tímidos, Antônio Callado tornou-se uma estrela da esquerda intelectual brasileira, sendo várias preso durante a ditadura. Faleceu no Rio de Janeiro, aos oitenta anos.
OBRAS PRINCIPAIS: Assunção de Salviano (1954); A Madona de cedro (1957); Quarup (1967); Bar Don Juan (1971); Reflexos do baile (1976); Sempreviva (1981); A expedição Montaigne (1982).
Escritor que sempre transitou do jornalismo para a literatura, e vice-versa, Antonio Callado procurou em suas obras mais importantes, aproveitar o material que sua vasta experiência como repórter lhe fornecera. Após lançar dois romances de qualidade apenas regular (Assunção de Salviano e A Madona de cedro), surpreendeu os meios literários com a publicação de Quarup, em 1967. O clima da época (polarização política, enfrentamento entre setores da sociedade civil e o regime autoritário), garantiu à obra de Callado extraordinária ressonância.
O enredo do romance centra-se na figura do padre Nando, que vive num mosteiro, no
Recife, e alimenta a idéia de criar com os índios, na floresta amazônica, uma sociedade utópica (no modelo das reduções jesuíticas do século XVIII). Não se atreve, porém, a viajar rumo ao coração do Brasil, pois teme não resistir ao espetáculo da nudez das índias e pecar contra a castidade. Mas uma amiga inglesa, resolve o problema de Nando, iniciando-o sexualmente.
Pronto para ir ao Xingu, Nando passa uma temporada no Rio de Janeiro, onde entra em contato com integrantes do Serviço de Proteção ao Índio (hoje FUNAI). Ali amplia suas experiências sexuais e participa de sessões em que as pessoas (inclusive ele) se drogam com lança-perfume. Finalmente, a expedição parte para o Xingu. Outros personagens adquirem relevo na narrativa: Ramiro, um dos chefes do SPI, sua sobrinha e secretária, Vanda, a jovem Sônia, que todos os homens desejam fisicamente e que acaba fugindo com um índio, o sertanista Fontoura, etc.
No capítulo seguinte do romance – passado alguns anos – todos retornam ao Xingu (menos Sônia), querem demarcar o centro geográfico do Brasil. A nova participante é a jovem Francisca, recém-chegada da Europa e cujo noivo Levindo fora morto pela polícia por razões políticas. Nando se apaixona por ela e os dois se relacionam sexualmente dentro da floresta. Neste capítulo ocorrem as cenas mais dramáticas do romance, como a destruição coletiva de um tribo, atingida pelas doenças trazidas pelos brancos (os índios se “dissolvem” em terríveis diarréias), e a morte do sertanista Fontoura, bêbado, o rosto sobre um gigantesco formigueiro, bem no centro geográfico do Brasil, como se as formigas corroessem o coração do país.
Depois disso, Nando abandona a batina e retorna a Pernambuco com Francisca que vai trabalhar na alfabetização de camponeses. Ocorre então golpe de 1964 e Nando é preso. Quando o soltam, Francisca havia retornado para a Europa. O ex-padre dedica-se então a uma pitoresca vida de “apóstolo do amor”, relacionando-se com inúmeras mulheres e ensinado sua (agora refinada) técnica sexual a pescadores e a gente do povo. No final do romance, Nando decide partir para o sertão, a fim de integrar um movimento guerrilheiro de oposição à ditadura, adotando o codinome de Levindo, o antigo noivo de Francisca.
O QUE OBSERVAR
-No romance estão todos os assuntos que então dominavam o debate político e existencial: a mudança de perspectiva da Igreja a respeito da questão social, as luta dos estudantes e das Ligas Camponesas, as razões do golpe de 1964, a revolução sexual, o feminismo, a proteção aos índios, a guerrilha, as drogas, etc.
-O quadro histórico – traçado com bastante nitidez – tem peso direto no desenvolvimento da narrativa, abrangendo acontecimentos que transcorrem do governo democrático de Getúlio Vargas ao ditatorial de Castelo Branco. O escritor parece alimentar a idéia de fazer de Quarup uma suma da sociedade brasileira nas décadas de 1950 e 1960, na linha dos romances totalizantes do realismo europeu do século XIX.
- O resultado do ambicioso projeto de Antônio Callado, todavia, é problemático. Há no romance um tal acúmulo de ações, muitas das quais inúteis ou inverossímeis, uma tal profusão de caracteres mal trabalhados, a começar pela própria psicologia do padre Nando – que passa da castidade ao furor orgíaco com a maior naturalidade e sem nenhum drama interior – que a impressão final do leitor é de perplexidade. Como numa montanha-russa, Quarup alterna vertiginosamente altos e baixos, acertos esplêndidos (algumas cenas eróticas, as passagens em que os brancos representam o apocalipse para os indígenas e a construção dramática do impasse do sertanista Fontoura ao se dar conta que “contatar” os índios era necessariamente destruí-los), e passagens menores, quase ridículas (Nando assumindo a condição de professor de sexo, a cosmopolita Sônia fugindo da civilização e embrenhando-se nos confins da floresta com um índio, etc).
- Outro aspecto questionável em Quarup é a tentativa do autor de mesclar um estilo real-naturalista com freqüentes monólogos interiores e certos delírios verbais que hoje parecem gratuitos. O resultado desta mistura nem sempre é literariamente equilibrado e convincente.
- Um elemento positivo do romance e que funciona como representação artisticamente fiel da realidade é a “desalienação”(Ferreira Gullar) de Nando, que deixa de sonhar com uma utopia indianista e passa a lutar pelos desvalidos nordestinos. Este processo traduz claramente as mudanças que se verificam na Igreja, na década de 1960, com a crescente politização de seus sacerdotes.
- A proposição melhor realizada do romance é a identificação do centro do país não apenas como metáfora da plena integração nacional, mas também da descoberta de um sentido de vida para cada personagem que participa da expedição ao Xingu. Estabelece-se, assim, uma ligação umbelical entre as existências individuais e o destino do Brasil. Por isso, a morte do sertanista Fontoura com o rosto enfiado dentro do grande formigueiro, onde ficará o marco do centro do país, é a derrocada simbólica de um sonho de unidade e de desenvolvimento da nação e um augúrio pessimista a respeito dos acontecimentos que, na década seguinte (1960), traumatizariam os brasileiros.
* Quarup é o ritual indígena de celebração dos mortos. Mas, ao invés de lamentações, os índios realizam uma grande festa em homenagem aos que partiram (bebida, comida, alegria), pois neste dia eles revivem. Trata-se, portanto, de um ritual de renascimento.
REFLEXOS DO BAILE
A crise geral dos anos de 1970 parece tornar inviável a formulação neo-realista, predominantes nos romances anteriores de Antonio Callado, e encontra sua tradução no caótico Reflexos do baile (1976). O autor tenta compor um mosaico de época, centrando sua narrativa no seqüestro de um embaixador durante um baile de gala. Guerrilheiros, diplomatas, familiares de ambos os grupos e policiais misturam-se e se revelam parcialmente através de falas alternadas, bilhetes e cartas, criando uma fragmentação de tal ordem que o entendimento do enredo só se torna possível no final da obra. À confusão formal soma-se uma visão de mundo igualmente estilhaçada e nebulosa, fazendo com que o romance não tenha um eixo que lhe dê equilíbrio, tornando-se bastante confuso.
As demais obras ficcionais de Antonio Callado, produzidas nas décadas de 70 e 80 não acrescentaram nada de fundamental à sua carreira.
De Literatura brasileira
Imagen 1: Retrato de Antonio Callado
Imagen 2: portada de Quarup
Thursday, September 15, 2011
México: Quesos, narcotráfico y, por suerte, literatura.
por Claudia Piñeiro
Conocer un país en pocos días de estadía no es fácil. Entenderlo menos. Sobre todo cuando ese país está pasando por un momento interno convulsionado, a menos de un año de las próximas elecciones, donde el poder no lo sustentan sólo las instituciones democráticas sino también grupos no gubernamentales relacionados con el narcotráfico.
Llegué al Distrito Federal en México y me encontré con el siguiente titular en diarios y noticieros: “El dinero que recibe el hermano del Alcalde, Jonás Larrazabal, de los funcionarios del Casino de Monterrey en el video presentado a la justicia, es porque le vende quesos.” Traté de armarle sentido a la oración. Recordaba que, unas semanas antes, habían incendiado el Casino de Monterrey. Cómo olvidarlo. Y que en ese atentando murieron más de 60 personas. Con el nuevo video todo se ensuciaba. Tanto o más con la explicación del involucrado: “Yo les vendo queso”. Tanto o más con las declaraciones del Alcalde para despegarse de su pariente: “Si mi hermano produce queso, yo nunca lo probé”. Al día siguiente el tema era el amargo chiste al que aludían unos y otros sin demasiada sorpresa.
Todas las personas con las que hablé en la ciudad de México me hablaron de política y de las elecciones del año que viene. Todos mostraron su descontento. Parece que no hay candidato que les regale una esperanza. Una frase se repite cada tanto en las conversaciones: “Ojalá el próximo gobierno se lleve bien con los narcos”. No piden que termine con los narcos, no, “con eso se envalentonó Calderón y así estamos”. O sea, la mínima esperanza tiene que ver con volver a un estado de cosas anterior al actual presidente, que permitía una relación pacífica entre narcos y población civil. “Una cosa es que un narco decapite a otro y lo entregue en pedazos en una bolsa de plástico por un ajuste de cuentas, y otra que se meta con gente inocente”. Así de brutal, y así de claro. Es difícil escuchar decir eso y entender. Pero hay que hacerlo. Y sobre todo hay que estar atentos a los procesos de otros países latinoamericanos porque solamente el hecho de conocerlos y entenderlos nos puede dar la chance de prevenirlos. Antes fue Colombia, ahora es México. Mañana veremos.
Estuve tres días en el DF, hice todo lo que tenía que hacer, disfruté la ciudad, salí a cenar, fui a Museos, estuve en la presentación de Literatura de izquierda de Damian Tabarosvky, conocí el Claustro de Sor Juana, recorrí el Museo de Antropología. Nunca sentí temor. La ciudad sigue su marcha, la gente toma algunos recaudos pero la vida continúa y cada quien trata de vivirla lo mejor posible. Luego de esos tres días viajé a Saltillo, a una hora de Monterrey. Por primera vez, este año la Feria del Libro de Saltillo fue internacional y Argentina el país invitado de honor. Allí no me esperaba un titular relacionado con los quesos y el hermano del alcalde sino otro: “Llegan las balaceras a las zonas de lujo de Saltillo”. La noche anterior habían baleado la entrada al residencial San Alberto, lo que nosotros llamaríamos un barrio cerrado, uno de los tantos que aparecieron en los últimos tiempos en Saltillo para recibir a las familias más acomodadas. Muy cerca de donde habían ido a cenar los organizadores de la Feria, la embajadora Patricia Vaca Narvaja, otros funcionarios de la embajada, Juan Gelman y otros escritores, esa misma noche.
Allí, en Saltillo, la vida también sigue su curso. La Feria que transcurría en el Museo del Desierto fue un éxito, llena de gente y actividades. Hablé con muchos y coincidieron en el análisis: “El problema no son los narcos sino los Zeta”. Otra cosa que también hay que tratar de entender; mucho para tres días. Al Chapo Gusmán, probablemente el narcotraficante más importante del país, lo describen casi como un Robin Hood: “Está en el narcotráfico pero también le da al pueblo”. Hace un tiempo el Chapo se escapó en helicóptero de una cárcel de máxima seguridad y es un secreto a voces que vive en una fortaleza en Durango, que a su reciente casamiento con una hermosa chica de 17 años fueron la mayoría de los gobernadores del norte del país, y que la boda fue custodiada por el mismo ejército. Los Zeta en cambio, “son los que están arruinando todo”, una organización criminal que se dedica al secuestro, la extorsión, el robo de autos, homicidios por encargo y, en menor medida, al narcotráfico. “Esos sí que no tienen nada para repartir, sacan plata de donde pueden, le piden cuota por seguridad hasta a los puestos que venden comida por la calle”. Para la gente de Saltillo, ellos, los Zeta y no los narcos, fueron los responsables de lo de Monterrey. “Eran todos chavitos, gente joven, recién reclutados”.
Con los Zetas en ciudades muy cercanas, paseé por Arteaga con Juan Gelman, Marco Antonio Campos y otros poetas; cené en la bodeguita del Che con Margo Glantz, Sandro Kohen y Claudia Luna; hablé del policial con Bernardo Fernández “Bef” y F.G Haghenbeck. Fueron ellos, Bef y Haghenbeck, quienes me dijeron que si quería entender un poco más qué estaba sucediendo en México no buscara en los diarios sino en la literatura, y me recomendaron La amante de Janis Joplin, de Elmer Mendoza. Ya lo empecé a leer, quiero entender. Pero, sobretodo, quiero estar atenta.
15 de septiembre de 2011
Imagen: La mata del narco/del blog monos de HeRReRa
Wednesday, September 14, 2011
Hammerstein o el tesón – Hans Magnus Enzensberger
Rafael Martín
Lleva Enzensberger (Baviera, 1929) casi cuarenta años publicando sus obras en Anagrama, desde sus ensayos políticos en la mítica colección Cuadernos Anagrama, hasta esta que nos ocupa, escrita con cerca de ochenta años pero con la misma lucidez de aquellos primeros tiempos. Se trata de la biografía de Kurt von Hammerstein-Equord, jefe del Alto Mando del ejército alemán en el momento de la ascensión de Hitler al poder, encumbramiento al que se opuso en todo momento; pero también es la historia de su familia, entre cuyos miembros encontramos dos hijas activas militantes del partido comunista alemán, y dos hijos que participaron en el frustrado atentado contra Hitler del 20 de Julio de 1944. LEER MÁS
Perteneciente a una familia de la nobleza alemana, Hammerstein se percató del peligro que suponía el ascenso del nacionalsocialismo al poder, llegando incluso a proponer la declaración del estado de excepción y el arresto de Hitler, pero, al no ser secundado, terminó por asumir lo inevitable, por temor a provocar una guerra civil y en la confianza de que el sistema terminaría por asimilar y desactivar la amenaza nazi.
Pero esta historia familiar adquiere su carácter novelesco con la aparición de espías de todo tipo, persecuciones de la Gestapo, purgas estalinistas, delatores,…y el relato de algunos acontecimientos poco conocidos como la colaboración entre el Ejército Rojo y el alemán desde comienzos de los años veinte hasta bien entrado 1933, (el propio mariscal Zhúkov, que acabaría conquistando Berlín, se encontraba entre los militares soviéticos que recibieron adiestramiento por parte del ejército alemán), o el traslado a Moscú de documentos secretos del despacho de Hammerstein, posiblemente por intermediación de una de sus hijas con el servicio de inteligencia del partido, y quizás con la connivencia del propio Hammerstein, documentos como el discurso programático de Hitler ante la cúpula del ejército alemán al poco de ser nombrado canciller.
Sin embargo, no es una novela, aunque como avisa Enzensberger en el posfacio, “Que haya renunciado a la novela no significa que esta obra tenga pretensiones científicas”, y como para demostrar esto y relajar la tensión incluye conversaciones póstumas con los personajes más importantes, lo que él llama “la muy digna forma literaria del diálogo con los muertos”.
Una obra sin duda necesaria sobre “el problema alemán”, que toma al general y a su familia como paradigma de aquellos miembros de la clase dirigente que también se opusieron a la instauración de la barbarie, aunque como dice la hija menor de la familia: “De todos modos, la gente de ahora eso ya no lo entiende”. Confiemos en que libros como este ayuden a corregir esa opinión.
En cualquier caso, y después de todo lo que nos cuenta, el propio Enzensberger nos avisa de que “Queda un resto no dicho que ninguna biografía puede descifrar, y es posible que ese resto sea lo importante”.
Publicado en el blog EL PLACER DE LA LECTURA, 14/09/2011
Imagen: Portada del libro/Anagrama
Monday, September 12, 2011
RESEÑA DE POTOSÍ 1600
Mauricio Rodríguez Medrano
Bartolomé Arzans Orsúa y Vela tenía un mecenas: su esposa quince años mayor que él. O tal vez se casaron por amor (improbable) o concupiscencia (más improbable). De otros detalles matrimoniales no quedan registros. Lo que hacían encima del catre, debajo, a un costado es sólo anécdota. Lo que queda es la obra maestra de Arzans: Historia de la Villa imperial de Potosí.
Ramón Rocha Monroy se basó en aquellas crónicas para componer la novela Potosí 1600. “Es un homenaje explícito a Bartolomé Arzans de Orsúa y Vela o, aun mejor, a esa burbuja de efímero resplandor que él llamó Potosí”, está escrito en la primera página. Entonces: Potosí 1600 es una suerte de palimpsesto: un escrito B que fue compuesto en base a un escrito A.
Ramón Rocha Monroy no se queda sólo en eso. El que escriba una novela histórica (o basada en crónicas) tiene estas opciones: a) Recrear el tiempo y espacio a través de la voz del narrador: utilizar palabras como: hijosdalgo, vuestra merced. b) Recrear el tiempo y espacio a través de personajes de la época: capitanes, comendadores y demás ramas anexa. c) Utilizar los dos primeros incisos.
d) Mandar todo a la mierda: el autor sabrá en su fuero interno que está escribiendo una novela histórica pero al mismo tiempo explorará esa época creando un nuevo mundo. Algunos ejemplos satisfactorios de este lado del continente: El general en su laberinto, de Gabriel García Márquez, El siglo de las luces, de Alejo Carpentier, Orzúa, de William Ospina, El entenado, Juan José Saer.
Ramón Rocha Monroy manda todo a la mierda a medias. Rescata anécdotas de las crónicas de Arzans: Los primeros niños nacidos en tierras potosinas y la creación de la salteña y las batallas entre vicuñas y vascongados y otras más. Alza vuelo cuando se da cuenta que una novela histórica es igual que toda novela: una nueva construcción tal vez homenaje o parodia o sátira o robo pero una nueva construcción.
Algunas lecturas: en la crónica de Arzans se intuye un intento de creación del mestizo, del ciudadano que no es español pero tampoco es indio. En la novela de Rocha se intuye un anecdotario. En la crónica de Arzans, Potosí es el infierno creado a imagen y semejanza de la conquista, un infierno con espejismos. En la novela de Rocha, Potosí es una ciudad maravillosa teñida de exuberancias.
Esta obra ganó el Premio Nacional de novela el 2001. Luego de leerla me escapé de casa para conocer Bolivia. Llegué a Potosí. Visité calles, iglesias, tabernas. Y confirmé lo que dijo el narrador: “…tras la inundación, Potosí nunca más levantó cabeza… ¿Habría sido todo un sueño? ¿Una burbuja de efímero resplandor? Porque, pasada la euforia de aquellos años, el Cerro se encadenó a sí mismo hasta el día de hoy”.
Imagen: Cubierta de Potosí 1600
Saturday, September 10, 2011
Breves apuntes sobre la novela boliviana
Por Sebastián Antezana
Podemos imaginar la escena. En algún momento del siglo XVIII, en la Inglaterra previctoriana, se reúnen en una mesa y a la luz de las velas Henry Fielding, Daniel Defoe y Laurence Sterne. Algo pasa en la literatura inglesa. Fielding ha sacado ya a la luz la espléndida Tom Jones, una novela picaresca, escrita como denuncia de los males públicos y privados que afectaban a la Inglaterra de 1700, logrando así un fresco irónico y meticuloso que no paró hasta verse varias veces adaptado al cine, ya en el siglo XX. Defoe ha publicado también su Robinson Crusoe, novela de naufragios que marcó temáticamente buena parte de la literatura occidental hasta nuestros días, en los que Coetzee ha escrito una versión hermosa de la misma historia. Con Robinson Crusoe, además, Defoe ha conseguido un título que tal vez hubiera mirado con ternura: se le llama el padre de la novela inglesa. Sterne, finalmente, quizás el más profundamente original e innovador de los tres, ha publicado ya también los nueve volúmenes de la brillante Vida y opiniones del caballero Tristam Shandy, que le costó, como a veces pasaba, la censura de la crítica y un importante grado de condena social, por su heterodoxia, su extravagancia y su cercanía al escándalo.
En esta mesa imaginaria en la que los tres están sentados, entonces, se da mucho más que una reunión de escritores. Lo que allí ocurre es la primera verdadera revolución de la novela inglesa: su creación y su tripartición. Hasta entonces la novela como género no había conocido en lengua anglosajona un auge tan marcado. Pero no se trata sólo de eso. La novela nace en aquella mesa imaginaria también como una entidad que está dirigida a explorar caminos distintos. Henry Fielding, Daniel Defoe y Laurence Sterne marcan por lo menos tres direcciones hacia las que se dirigió la novela inglesa. El siguiente siglo se encargaría de confirmarlo. Quizás, lo que cabría resaltar es, en todos los casos, la influencia fundamental de Cervantes. No quiero proponer aquí una escala de valores y menos de estéticas, sino simplemente repetir lo obvio: la literatura no es más que un conjunto de libros que hablan de otros libros. Tuvo que existir un Don Quijote para que existieran un Robinson Crusoe y un Tristam Shandy. Tratemos, ahora, de extrapolar la figura.
La novela boliviana contemporánea vive un momento de diáspora. Si hay un gesto que define sus tendencias actuales, es el de la dispersión. No quiero volver en absoluto al trillado discurso que quiere encontrar riqueza en la diversidad, pero sí reconozco que lo que sucede estos días en el país tiene mucho más que ver con una onda expansiva que con un movimiento lineal. Tradicionalmente, se ha leído la narrativa boliviana como un movimiento progresivo: de las novelas realistas de principios y mediados de siglo, se pasa a lo que es una suerte de annus mirabilis, el periodo entre 1958 y 1959, cuando ven la luz Los deshabitados, de Marcelo Quiroga Santa Cruz, y Cerco de penumbras, de Oscar Cerruto. (Inserte figura metafórica aquí.) Entonces, salvando las grandes distancias que existen entre un momento y el otro, tanto de significación como de relevancia histórica universal, seguramente en la casa de nuestra literatura nacional se habrá nuevamente armado aquella mesa que visitamos en otro tiempo y espacio, y se habrán sentado a ella Quiroga Santa Cruz y Cerruto, porque en ese momento ocurre el milagro —o, por lo menos, la bifurcación—. Según una lectura crítica ya canónica, desde ese momento la literatura boliviana se aleja del compromiso social y el retrato realista, y entra más de lleno a la ficción, explorando por lo menos dos caminos distintos. Y entonces sucede. Quizás no estrictamente el primer momento, pero sí el primer momento consagrado: la primera diáspora verdadera. ¿Eso por qué? Porque a partir de entonces la narrativa nacional parece producir una continuada serie de pequeñas explosiones que llevaron al género novelístico a alcanzar cimas antes insospechadas, pero esto en distintas direcciones, con diversos estilos, explorando múltiples registros. Y entonces nacen la novela de guerrilla, la novela satírica, la que se empecina en cierta militancia política, el grotesco social, la metaliteratura, los sueños que nacen en el Chaco, etc.
Las cosas comienzan a moverse, las obras y los sentidos a dispersarse. Como el universo, que, luego del Big Bang, comenzó un proceso de evolución que, según afirman algunas teorías, inevitablemente finalizará para dar paso a la involución, la narrativa boliviana sigue un movimiento de expansión y contracción sistemático. Si nos mantenemos fieles a una visión historicista y dejamos pasar algunos años, llegará el momento en que esa mesa, que armamos primero en Inglaterra y después en Bolivia a finales de los años 50, se volvería a armar y seguramente estaría ocupada por tres escritores, esta vez en algún momento de la década del setenta, tres escritores que a estas alturas se han vuelto imprescindibles: Jaime Saenz, que habrá publicado ya Felipe Delgado; Julio de la Vega, que habrá soltado a Matías el apóstol suplente y estará en camino de configurar el Cantango por dentro; y Jesús Urzagasti, que habrá ya publicado Tirinea, a la que seguirán otras sendas novelas. Otra vez un momento clave. Otra vez una tripartición a la que seguirá el Big Bang.
Y la historia progresa y, como es usual, vuelve a cambiar. Después de este rodeo volvemos al momento actual. Hace un momento decíamos que la figura que mejor define el actual momento de la novela nacional es la diáspora, que el gesto que mejor lo condensa es la dispersión. Puede que pequemos de una lectura demasiado esquemática, pero si seguimos esta línea de razonamiento y continuamos con la metáfora, la mesa a la que se sienta la novela boliviana actual está absolutamente vacía.
Esto no quiere ser un juicio de valor, sino, simplemente, quiere acercarse a describir el estado de la diáspora. Históricamente, las literaturas de los países son representadas por grandes autores o grandes libros que se encargan de ocupar lugares de privilegio. Cuando Henry Fielding, Daniel Defoe y Laurence Sterne dejaron de ocupar un lugar absolutamente central —aunque esto es relativo porque los tres son clásicos, y los clásicos, por definición, no dejan nunca el imaginario de las literaturas nacionales—, pero cuando dejaron de estar presentes y ser controversiales y, por lo tanto, de ocupar la cotidianidad lectora de la Inglaterra de aquel tiempo, los sucedieron, en la era victoriana, otros grandes nombres: Charles Dickens, Emily Bronte, William Thackeray y varios más. Lo mismo sucede en las mesas de la narrativa boliviana: después del dúo Quiroga Santa Cruz y Cerruto, llegó el trío de Saenz, De la Vega y Urzagasti. Y después… la confusión.
Lo repito: no creo que la mesa a la que se sienta la novela boliviana esté ocupada actualmente. Y si lo está, los comensales son varios y variados. En las novelas contemporáneas no hay un estilo que predomine sobre los demás, no hay temáticas que se visiten de forma privilegiada ni formatos que exhiban gran superioridad frente a otros. Creo que si vamos a hablar de las tendencias actuales de nuestra novelística, tenemos que necesariamente detenernos en un fenómeno que también es visible en industrias como la editorial: la profesionalización. Esto, también, porque el público lector se ha sofisticado, lo que, evidentemente, es un signo de progreso, pero ha traído por lo menos una consecuencia inesperada aunque lógica: el nivel narrativo se ha uniformizado.
Por supuesto que existen novelistas de gran talento y que tienen una cantidad importante de lectores —ahí nombres como Adolfo Cárdenas, Edmundo Paz Soldán, Rodrigo Hasbún, Giovanna Rivero, Wilmer Urrelo, Alison Speeding, Claudio Ferrufino, Juan Pablo Piñeiro, el propio Jesús Urzagasti, Ramón Rocha Monroy y varios más—, pero creo que lo que no existe hoy es aquel escritor que cambie radicalmente la forma de percibir a la novela como género. Hay varios autores, y muy buenos, es cierto, hay novelistas que hoy escriben y que, de alguna manera, consiguen renovar formal y temáticamente al género, pero creo que este nuevo siglo no nos ha dado todavía una novela boliviana que, verdaderamente, nos ofrezca la posibilidad de pensar la realidad y la escritura de forma distinta. La novela es un género literario mayor y la actualidad nacional hasta hora no nos ha ofrecido un objeto que, sin abandonar sus características esenciales, es decir, las de ser, ante todo, un complejo aparato ficcional que nos dice algo sobre el mundo, instituya una nueva manera de decir una historia, nuestra historia, una manera en la que la memoria funcione como un dispositivo en perpetua reconstrucción, una memoria que se hace a sí misma a través de memorias ajenas, no desde la evocación racional o emotiva del pasado propio, sino desde la exploración del pasado ajeno y común.
Hay algo más. Se tiende a pensar la narrativa boliviana como una sucesión de movimientos generacionales. Desde hace unos años, la crítica ha repetido un concepto hasta volverlo un lugar común: se dice que hay una nueva generación de escritores que tienden a cerrar los ojos ante la tradición nacional y volver la mirada hacia estéticas que considera más afines. Esto puede ser cierto, hay un número de escritores relativamente jóvenes que está obteniendo la atención de lectores y la crítica periodística, pero creo también que la idea del recambio generacional es válida sólo en tanto se acepte que el recambio es un movimiento cíclico y condenado a repetirse, por lo que, en sí mismo, no tiene mayor valor estético, más allá de las obras juzgadas en su individualidad.
Como todo momento de diáspora, el que vive la novela boliviana contemporánea es un momento de definiciones. Después de la expansión llegarán seguramente algunas certezas. ¿Cuáles son los nombres que de aquí a diez, veinte años, perdurarán y serán considerados como nuevos clásicos? ¿Qué autores y obras sobrevivirán en nuestro imaginario lector como instancias de privilegio, como escrituras que vuelvan a ocupar un lugar central en la mesa que hoy está vacía? A riesgo de repetir nuevamente un adagio que seguramente nació con el cristianismo, pienso: “sólo el tiempo lo dirá”. Por lo pronto, el panorama de nuestra novela nacional se ve agitado y convulso, ocupado por libros y autores cada vez más profesionales y más entregados a explorar las posibilidades del género sin concesiones. Los caminos transcurridos hoy son muchos: las relaciones de poder en los entornos más cercanos, las batallas cotidianas de la intimidad, la vuelta a ciertos autores latinoamericanos clave, la exploración consciente de las ciudades como espacios y motores capaces de producir ficción y de poner en crisis ciertas concepciones establecidas. Hay más: la novela nacional contemporánea ha puesto también la vista en el exterior: en otros tiempos, otros lugares, se concentra también en otras problemáticas: la migración, las encrucijadas de la literatura con la historia, la problemática de los subgéneros y su inclusión en la Gran Literatura, etc. Es, en definitiva, un momento de profunda riqueza, pero es un momento que no ha consagrado ningún nombre, ningún horizonte: la mesa está, pues, servida, pero todavía no aparecen los comensales.
Imagino que en los próximos años los veremos sentarse uno a uno.
2000 este nuevo siglo no parece haber consagrado claramente todavía ninguna novelística.
Es claro que existen novelistas de gran talento, como Adolfo Cárdenas, Edmundo Paz Soldán, Rodrigo Hasbún, Giovanna Rivero, Wilmer Urrelo, Alison Speeding, Claudio Ferrufino, Juan Pablo Piñeiro, Jesús Urzagasti, Ramón Rocha Monroy y varios más, pero ninguno es un puntal definitivo.
La novela contemporánea toca temas como la migración, las encrucijadas de la literatura con la historia, la problemática de los subgéneros y su inclusión en la Gran Literatura, etc.
La novela contemporánea boliviana vive un momento de diáspora. Si hay un gesto que define sus tendencias actuales, es el de la dispersión. No quiero volver al discurso que encuentra riqueza en la diversidad, pero reconozco que lo que sucede estos días en el país tiene mucho más que ver con una onda expansiva que con un movimiento lineal.
En las novelas contemporáneas no hay un estilo que predomine sobre otros ni temáticas que se visiten de forma privilegiada. Creo que si vamos a hablar de las tendencias actuales de nuestra novelística, tenemos que necesariamente detenernos en un fenómeno que también es visible en otras industrias, como la editorial: la profesionalización.
Como el universo que comenzó un proceso de evolución que, según afirman algunas teorías, inevitablemente finalizará para dar paso a la involución, la narrativa boliviana, y sobre todo su experiencia en el género omnívoro de la novela, sigue un movimiento de expansión y contracción sistemático a lo largo de la historia.
Este es, en definitIva, un momento de profunda riqueza, pero al mismo tiempo es un momento que no ha consagrado ningún nombre, que no ha privilegiado ningún horizonte sobre otros. Así, se ve que la mesa está, pues, servida, pero todavía no aparecen los comensales. Imagino que durante los próximos años los veremos sentarse uno a uno.
Publicado en Fondo Negro (La Prensa/La Paz), 4/09/2011
Imagen: Rembrandt van Rijn/La circuncisión en el establo, 1654
Friday, September 9, 2011
Entrevista al escritor Darwin Pinto Cascán
Nombre completo (sobrenombre o apodo)
Darwin Pinto Cascán... El sobrenombre sólo lo conoce mi familia materna, y prefiero que quede así :)
Edad, fecha de nacimiento
33 años. 02/02/1978
Lugar de nacimiento
Santa Cruz
Familia ... ¿casado? hijos? padre, madre y hermanos.
Casado, un hijo. Y una hermana.
estudios... dónde
Santa Rosa del Sara, Colegio Nacional Florida (SCZ), UAGRM
anécdotas de infancia
Demasiadas... como cuando a los 7 años, a horas de llegar a Santa Rosa por primera vez, sentí cómo temblaba el suelo bajo mis pies y pensé que se estaba acabando el mundo. Minutos después supe por mi madre, que por atrás del barbecho que había al fondo de mi casa, pasaba el ferrocarril todos los días a las cinco de la tarde. HAsta ahora no he vuelto a sentir terror igual.
cómo y cuándo empezastes a escribir y qué te motivó
Empecé porque en el pueblo donde me crié, aparte de atender a los pollos de mi granja y jugar pelota en la calle, no había absolutamente nada más que hacer. Entonces me dedicaba a leer... leía periódicos, novelas soviéticas que me traía mi padrastro comunista y libros de historia que me prestaba un amigo mio hijo de la directora de mi colegio. La motivación original para iniciarme en la literatura fue el escribir cartas/poemas de amor a una novia que tenía en Tarija. Entonces no había email ni celulares, el amor se hacía saber por escrito, con el puño y letra de uno. Y si se iba demasiado lejos en la cursilería, se agragaban pétalos de rosas o ramitas de cualquier cosa para que no digan que uno no era detallista jajaaj. Por suerte ninguna de esas cartas ha sobrevivido al tiempo. Espero...
qué te inspira
La necesidad imperiosa de sacarme del cuerpo historias que van multiplicándose a sí mismas en todo momento. Si no me libero de ellas trayéndolas a este lado del mundo, dejándolas nacer sobre el papel, amenazan con reventarme por dentro. Es básicamente un instinto de supervivencia el que me hace escribir, ademas que al crear un mundo literario, uno puede hacer que ocurra casi cualquier cosa.
cuántas obras has escrito hasta la fecha
Ya van cuatro. Un tal Evo (Ed. El País, biografía no autorizada del presidente Morales, co escrita con Roberto Navia), El Colmo de la Infamia (cuentos, Ed.. La Hoguera), Sabayoneses (novela, Ed. la Hoguera) y La Máquina de Aqueronte (novela, Ed. Alfaguara)
cuál ha sido tu libro de mayor éxito
Creo que las dos novelas
dónde te has presentado con tus obras
Un tal Evo fue presentada en la Universidad Diego Portales, en Santiago de Chile, los otros tres libros han sido presentados en las ferias del libro de Santa Cruz y de La Paz.
estás escribiendo ahora? podemos adelantar algo?
Sí, como digo más arriba, debo escribir para no enfermarme. Ahora escribo una novela sobre dos hermanos cuya disputa mortal se inicia por una mujer que un buen día uno de ellos lleva a la casa paterna sin avisarle a nadie. Esa presencia rompe la relativa calma que había en la casa. Pero su rivalidad se ve incrementada por influencias familiares (el odio de los padres entre sí) y por la lucha para heredar las propiedades, ganar el afecto de la madre y el respeto de los demás habitantes del pueblo que siempre los han visto como bichos raros. Y es que en verdad son muy raros. En realidad, el que busca la confrontación es uno de ellos, el violento protegido por la madre, el otro no porque se está muriendo y porque siempre fue tan pacífico como su padre. Un conflicto humano muy fuerte, ambientando en Santa Rosa, por supuesto.
cuál es tu mayor reto... qué premio te gustaría ganar
Lo que vaya viniendo será bienvenido. He aprendido a ser paciente.
admiras a un escritor en particular... quién?
A varios. Por citar sólo a algunos, a Faulkner, Hemingway, Carpentier, Dostoievski, Tennessee Williams, Maupassant y, obviamente, a García Márquez y a Cortazar. De los bolivianos, a Raúl Otero Reiche y a Claudio Ferrufino Coqueugniot.
qué opinas de los escritores de esta nueva generación como por ejemplo Roberto Navia, Alfredo Rodríguez... entre otros
Todos estamos empezando un camino que espero sea largo y fructífero.
Datitos:
qué te gusta comer?
Majau
dónde te gusta ir?
Santa Rosa del Sara
qué lugar eliges para escribir?
Aún no puedo elegir, así que me las arreglo en el estudio de mi casa o en mi oficina.
qué música te gusta escuchar?
Voy desde Wagner, Vivaldi y Mozart, pasando por el barroco chiquitano y la música celta, hasta Queen, Rolling Stones, Guns Roses, The Police, Doors, saltando luego a la bossa, la trova, la música de alabanza protestante y los mantras tibetanos.
Publicado en la revista Primicia, Santa Cruz de la Sierra, 2011
Imagen: El autor
Thursday, September 8, 2011
Jilaña
Mauricio Rodríguez Medrano
Escapé de casa por amor. Fue a finales del 2003, una semana después de que Alejandra viajó a organizar un mitin en la mina de Catavi. En los primeros días de lo que fue Octubre Negro. Ella estudiaba Sociología. Era socialista, a veces anarquista. A veces cristiana evangélica. En ese entonces yo tenía dieciocho años, cursaba las primeras materias de la universidad y no tenía nada de dinero. Dejé La Paz siendo ayudante de chofer en un minibús provincial. En mi segunda semana de trabajo el minibús fue alquilado para transportar a la banda Real Continental. Veinte músicos vestidos con sacos verdes, pantalones blancos. Don Emilio, mi jefe, al principio se negó. Terminó aceptando por el dinero. Veinte veces de lo que ganaba en una jornada. La carretera a Oruro está bloqueada, dijo. Iremos por el sendero del contrabando. ¿Cargo los bidones con gasolina?, pregunté. No seas pendejo. Iremos por la ruta de los contrabandistas. Encendió el motor. Luego de un rato, mirándome de reojo, dijo:
—En Taucachi llenaremos los bidones.
La segunda parada fue en Ayo Ayo. Mi padre fue compositor, me contó uno de los trompetistas. Lo besó el diablo. Lo templó como se templan los instrumentos. Mi padre se perdió cuando era niño. Fue en Huari. Lo buscaron toda la noche pero ningún paisano lo encontró. Lloró de miedo. No del miedo que todos tenemos ante la oscuridad. Lloró al descubrir el horror que te invade al darte cuenta de que estás perdido desde hace mucho tiempo. Desde que naciste. Luego está el beso del diablo. De eso jamás me quiso hablar. Cada vez que estaba borracho me contaba la misma historia. El caso es que compuso cien morenadas porque fue templado.
—También robó cincuenta composiciones a su tío —dijo el platillero riéndose por lo bajo.
En todo el camino hacia Ayamayo los músicos cantaron morenadas que trataban de la soledad. De la soledad y el amor. De la soledad y el engaño. De la soledad y el alcohol Caimán. De la soledad y una mujer perdida en el altiplano. Pensé en Alejandra con algo de desesperación. Incertidumbre. Tristeza. Sentí nauseas. Me sentí errando sin un rumbo fijo. No es por la Biblia, dijo don Emilio. No supe qué responder. ¡Carajo! ¿Ves ese pueblo? Yo era joven cuando se inundó. Recuerdo el agua como un espejo que reflejaba todo. Recuerdo los techos oxidados donde esperaba la gente. ¿Qué esperaba? ¿Ayuda? ¿Piedad? ¿Caridad? Nada de eso. Esperaba como esperaron sus abuelos en la sequía, como esperaron sus padres luego de la granizada que destrozó las cosechas. Pero llegaron unos evangelizadores en una barca. Acogieron a la gente en ella. Hablaron de ayuda, piedad, caridad. Se llevaron a los más jóvenes. ¡Fueron salvados! En agradecimiento cambiaron de nombre al pueblo por el de la barca: Belén. La inundación pasó. Los jóvenes sólo regresaron para recoger sus cosas. Se despidieron de sus abuelos, de sus padres. De su tierra. Se fueron. Yo también me fui con ellos.
—Ahora es un pueblo de viejos. Ya desaparecerá.
Sol, polvareda: Angostura. Jiska Pampa. Chata. Challavito. Chuiña. Machaca. Colliri. Tirata. Chorocasi. Catuyo. Quisipata. Estancia Rosa Pata.
Al llegar a Andamarca el radiador del minibús se averió. Mierda, se está saliendo el agua, dijo don Emilio. Hoy no llegamos a ningún otro lado. Luego empujamos el minibús hasta la plaza central que estaba rodeada de unas pocas viviendas. Cuando anocheció buscamos alojamiento por el intenso frío. Un arqueólogo español llamado Aníbal nos dejó pasar la noche en una iglesia, donde trabajaba restaurando pinturas coloniales. Con tal de que hagamos jaleo, dijo, os acepto lo que queráis.
—Este pueblo está muerto, ¡hostias!
Los músicos tocaron hasta el amanecer. Bebimos. Aníbal me contó que en la Guerra Civil su hermano escapó a una sierra. Los militares lo encontraron, lo prendieron, dijo. En La Muiña pararon y lo ataron en una argolla que se utilizaba para amarrar al ganado. Luego lo llevaron a un cerro. Caminaban alegres, haciéndose chanzas, cantando coplas como si la guerra hubiese sido parte de una obra escrita por chavales, dirigida por chavales, actuada por chavales, ¡me cago en la leche! Empujaron a mi hermano al suelo, lo desvistieron. Cantaban con una inocencia que jamás vi, que jamás volví a ver. Le quitaron los ojos, le cortaron la lengua. Siguieron cantando. Y lo remataron a palos y a tiros de escopeta.
—Fue en septiembre de 1936.
Salí tambaleándome de la iglesia antes del alba. Miré que algunos pobladores se reunían en la plaza. Oí que marcharían a La Paz. Reventaron unos petardos. Luego lloré como jamás había llorado. Decidí dejarlo todo. No volver a casa. No ir en busca de Alejandra. Y caminé sin mirar atrás, perdiéndome por algún sendero del altiplano.
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Primer Premio del Concurso de Relatos El mejor viaje de mi vida.
Imagen: Estancia Rosa Pata, Oruro/Fotografía de Marcelo Soto Durán
SOBRE FANTASMAS ASESINOS, de Wilmer Urrelo
Mauricio Rodríguez Medrano
El horror paraliza o como dice Baudelaire: el horror puede ser un oasis en medio de un desierto de aburrimiento. Algo que atrae, que envuelve. Así también es la literatura. La buena literatura. La literatura que es como un paracaidista envuelto en llamas que cae en un campo de centeno. Un paracaidista que cae y no recita versos bucólicos ni elegías. Un paracaidista que cae. Que sólo cae.
«Fantasmas asesinos» se basa en la premisa de Baudelaire para hacer funcionar su maquinaria de causa-efecto. Una maquinaria dividida en tres partes: «Obsesiones de un idiota (I)», «Un niño rojo», «Obsesiones de un idiota (II)».
En la primera parte un estudiante se obsesiona con el asesinato de un niño. Ese estudiante es llamado loco. Es huérfano de padre. Camina sin timón, a la deriva. El loco tiene otra obsesión: las novelas de Vargas Llosa. Los capítulos de esta parte son intensos, son un homenaje a Vargas Llosa (toda la novela lo es).
En la segunda parte se revela cómo fue el asesinato del niño, las personas implicadas, el horror que carcome, el horror que envuelve, y apenas hay un humilde faro en las costas de la muerte. Personajes: un asesino con labio leporino, una banda criminal, un ex torturador que se convirtió en policía. Todos destinados a la tragedia.
En la tercera parte el loco descubre que su obsesión por el asesinato del niño es igual a su obsesión por la literatura. No hay diferencias. Espejos. Un gran salón de espejos. Cualquier obsesión destruye. Condena. Es como una maldición que arrastra a quien lo toca. El escritor chileno Roberto Bolaño decía: «Toda maldición es como una epifanía: quema».
Faulkner decía: «Toda influencia es inevitable». Tal vez el error de esta novela es la notoria influencia. Influencias: «Fantasmas asesinos» está divida en tres partes. Sigue la estructura de «Los detectives salvajes». «Fantasmas asesinos»: sustantivo más adjetivo. «Los detectives salvajes»: artículo más sustantivo más adjetivo. Luego está el personaje joven que descubre que la literatura es igual al horror. Otras influencias: Vargas Llosa. Algunos guiños (de los demasiados que hay en esta novela): Chicas azúcar, Mayta, Lima, la estructura de la segunda parte es la estructura de «Conversación en la catedral», es la estructura de «La casa verde», es la estructura de «La ciudad y los perros».
«Un relato policial o negro debería suceder en los laberintos de la imaginación, jamás en un sitio que el lector conozca porque la verosimilitud se pierde», decía Borges. La trama de «Fantasmas asesinos» sucede en la ciudad de La Paz. Otro error: utilizar nombres ficticios para lugares y colegios que son conocidos por un lector paceño (este lector cree que todo es una máscara que encubre nombres reales y luego compara la realidad con la ficción y descree y sigue buscando y descree más). Otro error: El gusano también es comparado con la realidad. Aparecen nombres: Paz Estensoro, René Barrientos y el personaje se hace inverosímil.
Dentro de los Premios Nacionales que se entregaron desde «La vida me duele sin vos» (Gonzalo Lema), «Fantasmas asesinos» es la más lograda junto a «La toma del manuscrito» (Sebastián Antezana).
Aún recuerdo cuando leí «Fantasmas asesinos» por primera vez. Fue hace tres años. El dueño de la editorial no tenía dinero para pagar una de mis ediciones. Le pedí llevarme novelas de su estante. «Tirinea», «Fantasmas asesinos», «De la ventana al parque», «Sagrada arrogancia». Leí como si me quedará sólo eso. Leí a veces sin comer, a veces sin dormir. Descubrí que hacer buena literatura también había sido posible en Bolivia; y de cuando en cuando miro un paracaidista en vuelto en llamas cayendo en un campo de centeno.
Imagen: Portada de Fantasmas asesinos, 2008
Tuesday, September 6, 2011
Brangulí, Bonells y la Barcelona nazi
MERCÈ IBARZ
Las fotos de Brangulí que se muestran en el CCCB han despertado el interés que merece este fotógrafo de primera en tiempos fieramente interesantes, desde la Semana Trágica hasta la entrada de las tropas franquistas en Barcelona y su correlato hasta 1945. Todas son evocadoras, por su calidad formal y su firme condición de recuerdo para las generaciones que vivieron aquellos años y las posteriores. Pero hay unas que, prácticamente borradas de la memoria colectiva, no deberían pasar desapercibidas. Son fotos que testimonian la huella nazi en Barcelona.
Mientras las veía y las remiro en el catálogo, pienso en Jordi Bonells, uno de los mejores escritores que ha dado la ciudad y que, por su condición nómada, también entre lenguas (Bonells, que vive en Francia, escribe en español argentino y en francés), es un candidato a ser otro Brangulí, a quien estamos descubriendo a los 56 años de su muerte. Como él, también es un testigo de aquella Barcelona nazi. Y como Brangulí, no es un inédito: sus libros se publican, como las fotos de aquel se publicaron en su tiempo. Pero aquí seguimos haciendo como quien oye llover cuando se habla de la Barcelona nazi o, si la expresión asusta, de la presencia nazi en Barcelona.
Las fotos de Brangulí en cuestión son unas pocas entre las muchas que disparó y conservan sus archivos, que suman también las de su saga, sus continuadores en la fotografía ya en vida suya. Vemos llegar al aeródromo de El Prat del Llobregat, en 1940, a Heinrich Himmler, jefe de la guardia personal de Hitler, las SS, y jefe de la policía política del III Reich, la Gestapo. Brangulí levanta acta después de la inauguración, en 1941, de la Exposición del libro alemán, en el paraninfo de la Universidad de Barcelona, un nutrido grupo de civiles, entre los que se cuentan tres mujeres, apiñados junto a una enorme esvástica que cuelga de uno de los muros universitarios. Al año siguiente, 1942, el fotógrafo se queda a las puertas engalanadas con esvásticas del palacio del parque de la Ciutadella, donde se inaugura la exposición Arquitectura moderna alemana. Vienen ganas de saber cuáles eran aquellos libros expuestos y cuál la arquitectura moderna alemana, en la que el siempre alabado arquitecto Albert Speer sin duda debía brillar en la ciudad que había levantado en 1929 el pabellón Mies van der Rohe, uno de los artistas "degenerados" según la estética nazi.
Jordi Bonells no estaba por allí, faltaban aún algunos años para que naciera, en 1951. En casi todas sus novelas, hasta la fecha, el escritor se zambulle en su infancia y adolescencia, incluso cuando no lo pretende, como en Dar la espalda (Alianza, 2009), para encontrarse frente a frente con un pasado que su ciudad no quiere considerar. Lo cuenta con lucidez y humor en Esperando a Beckett (Funambulista, 2006), un relato de sus años como hijo del chófer de la torre del 45 de la calle de Iradier, ya desaparecida, saltó por los aires para acoger a una de las patas del cinturón de ronda del lugar. El padre, un antiguo anarquista, rehace su vida como chófer de una familia alemana de la que el joven Bonells solo quiere alejarse para, con los años, aceptar que es su materia literaria profunda, esa Barcelona nazi que de alguna forma intuía. Bonells es un novelista investigador, que indaga en archivos y memorias de otros, no solo en la suya. Aunque se largue a Buenos Aires a situar a sus personajes y su enorme deseo de contar el presente, ese presente que incluye el pasado que, a su vez, incluye el futuro, no deja de encontrarse, una y otra vez, con su nazi.
Ese herr Wolfgang Just nacido el 31 de julio de 1901 en Leipzig y miembro del partido nazi desde cuatro meses después de la llegada de Hitler al poder, adhesión confirmada en marzo de 1937 y en mayo de 1941, director de la casa Hoescht en España, miembro del consejo de administración del Colegio Alemán de Barcelona y, finalmente, presidente en España de la Cámara de Comercio Alemana entre 1967 y 1973 (Dar la espalda, p. 261). ¿Es uno de los civiles presentes en la foto de Brangulí en el paraninfo de la Universidad de Barcelona? Podría ser. Si lo queremos saber, claro.
Publicado en El País (Madrid/España), 1/9/2011
Imagen: Josep Brangulí/Acto falangista en L'Hospitalet de Llobregat, en 1939.